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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

olé (adenda)


Têm surgido revelações sobre a tourada que não houve em ourém que indiciam um enredo bastante mais enodado do que o que foi sugerido pela intervenção do presidente da câmara municipal na sessão da assembleia municipal realizada no início deste mês. É que do que foi veiculado entretanto pelo notícias de ourém (n.º 3792, 24.setembro.2010, p. 5) transparece que a invocação de motivos de segurança para cancelar o evento serviu mais para iludir a responsabilidade do pessoal do ps na câmara municipal em relação ao caso do que constituiu motivo autêntico do cancelamento do evento. Por via dos esclarecimentos prestados pelo vereador José Manuel Alho em sessão da câmara municipal percebe-se que o que invabilizou a realização da tourada foi tão só a incapacidade de arranjarem um local adequado à mesma. Atente-se. Na sequência de «várias pesquisas», as gentes do ps na câmara municipal chegaram «à conclusão que o único terreno viável era em frente ao centro de saúde». Que raio de pesquisas e que raio de conclusão. Mais ainda quando após outra «pesquisa» alcançaram outra «conclusão», afinal o tal terreno não era assim tão viável porque há-de vir aí o inverno. Do que resultou que, depois de «pesquisas» aturadas, chegaram a esta «conclusão» conclusiva: não havia qualquer terreno viável por cá para a realização da tourada. O que, além de ser facto quase como o dom Nuno - inconstestável -, rima perfeitamente com o cancelamento do evento porque caiu uma bancada amovível num estádio do algarve após um jogo de futebol. Que historieta mais mal amanhada. Será que as almas socialistas na câmara municipal não percebem que mais grave e vergonhoso do que assumirem os disparates pelos quais são responsáveis - e que geram o descrédito da gestão municipal - é tentarem iludir tal responsabilidade e pretenderem que a malta é toda nhurra e não percebe a manobra de ilusão?

Como se isto e a esquiva do presidente da câmara municipal a uma explicação circunstanciada sobre o que sucedeu na última sessão da assembleia municipal não fossem bastante, há a juntar ao caso o agravamento político decorrente da reacção de um vereador eleito pelo ps. Na sequência de críticas tecidas pelos vereadores do psd à incapacidade do pessoal do ps na câmara municipal realizar uma tourada em ourém e aos custos decorrentes de tal incapacidade para o município, Nazareno do Carmo - o vereador em regime de permanência que pretende desempenhar o mandato não como político mas como empresário - proferiu estas palavras: “não contem comigo para mais organizações em ourém” (vide ibidem). Isto não é grave, é gravíssimo, por mais empresarial que seja. São vários os motivos que atestam tal gravidade superlativa. Antes de mais trata-se de uma declaração de renúncia a uma incumbência enquanto vereador. Perante isto, não tendo Nazareno do Carmo renunciado ao mandato mas a conteúdo desse mandato, o presidente da câmara municipal tem de actuar em conformidade e devia tê-lo feito de imediato. Porque é óbvio que não está em causa apenas a autoridade dele - justamente quem definiu a condição em que os vereadores desempenham o mandato respectivo e quem distribuiu os pelouros entre eles -, está em causa também a integridade da missão da câmara municipal. A partir do momento em que alguém nesse órgão manifesta indisponibilidade para cumprir qualquer missão que lhe haja sido confiada deixa de estar em condições para exercer o mandato nos termos em que se impõe que seja exercido, plena e lealmente. O juramento feito pelos autarcas aquando a tomada de posse respectiva não pode ser um acto sem valor. Depois importa aclarar o que significa ourém na declaração do vereador, se cidade, se município. É que convém não esquecer que o autor de tal declaração é o vereador com o pelouro fátima - um pelouro peregrino (vide isto e isto) - e que, fresco no exercício, revelou estar sobretudo interessado e apostado no projecto de autonomização administrativa de fátima. Daí que se imponham as perguntas seguintes: onde está a lealdade que é devida ao município de ourém por quem desempenha mandato na câmara municipal? e qual é o compromisso do pessoal do ps na câmara municipal com a integridade municipal? Como é óbvio, estas perguntas são retóricas. A criação do pelouro fátima e os termos em que o mesmo foi definido e assumido são resposta sobeja. E tão clara quão a incapacidade demonstrada pelo pessoal do ps na câmara municipal para organizar uma tourada em ourém. Algo que, como a malta sabe, por cá é empreitada mais arriscada do que mandar foguetões à lua.

1 comentário:

Anónimo disse...

Fátima, Fátima, Fátima, só querem saber é de Fátima e mais dinheiro para Fátima. Este Neno saiu melhor do que a encomenda. E o Paulo Fonseca e o Zé Alho sempre a ajudar. Na campanha deviam era ter dito a verdade, que queriam contiunar a dar tudo para Fátima, para não enganarem os Ourienses que era para ver se ganhavam as eleições. Era o ganhavas........

Luis Silva