Na sessão da assembleia municipal de sexta-feira passada, José Poças das Neves fez uma intervenção muito boa - na prática deu uma lição -, devedora da investigação histórica que desenvolveu e continua a desenvolver sobre o fenómeno republicano em ourém. Pois sucede que no ano em que também por cá é assinalado e celebrado o centenário da implantação da república - tendo o vereador José Manuel Alho anunciado um «programa ambicioso para dignificar o acontecimento» (vide notícias de ourém, n.º 3783, 9.julho.2010, p. 11) - nenhuma alminha da câmara municipal se dignou a solicitar-lhe colaboração e a aproveitar um capital local disponível e acessível, o conhecimento acumulado e ímpar dele sobre a matéria. É facto que José Poças das Neves é dirigente local do psd mas também é facto que é uma das pessoas deste município mais documentadas, preparadas e habilitadas - portanto com mais competência, competência certificada - sobre a república em ourém. Nada ter sido feito para aproveitar o conhecimento histórico e a competência que ele tem em relação a um assunto que é objecto de comemoração alargada, desperdiçando-o com ostentação - porque de desperdício ostentativo se trata -, revela quão atitudes e práticas do passado, expressas como sensibilidade selectiva, subsistem por cá. Afinal aquele «todos» da campanha eleitoral do ps para a câmara municipal foi só para disfarçar.
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post-scriptum. A propósito de desperdício, conforme acusado num comentário a um post de Carlos Gomes sobre d. Afonso, o quarto conde de ourém, no passado dia vinte e nove de agosto passaram quinhentos e cinquenta anos sobre a data da morte daquela figura maior da história oureense. No plano institucional local o facto foi omitido. Nenhuma nota, nenhum sinal. Afinal há uns anos realizou-se um congresso dedicado a d. Afonso porquê? e para quê?
1 comentário:
Caro S.F.
Tal como neste país à beira mal "parado", vive-se em Ourém do faz de conta. O que interessa é fazer barulho e mostrar muito serviço... Até porque se tem a imprensa controlada... Quando se esperava que houvesse um uma autêntica revolução cultural assistimos a situações incriveis, exposições medonhas...triste, muito triste até porque estes novos dirigentes que tanto criticaram enquanto oposição(e algumas vezes bem), agora são umas "prima donna" que se ofendem com a minima crítica. Cultura democrática, pois então.
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